Até 77% da energia elétrica consumida no mundo poderá vir de fontes renováveis - como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa - até 2050. O número poderá ser considerado um grande avanço ante a participação de só 13% dessas fontes em 2008, de acordo com um relatório divulgado nesta segunda-feira (9) em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo o estudo, porém, o avanço depende de políticas públicas que ofereçam suporte para o desenvolvimento das fontes de energia limpa.
O estudo afirma que uma participação maior das fontes de energia renováveis pode reduzir de 220 a 560 gigatoneladas a emissão de gases causadores de efeito estufa entre 2010 e 2050. O volume representa redução de 33% nas projeções baseadas nos modelos atuais de emissão de poluentes. Essa diminuição permitiria manter a concentração de gases em 450 partes por milhão (ppm) na atmosfera - nível que os cientistas consideram necessário para evitar o avanço da temperatura global em 2ºC até o final do século, conforme o objetivo da Convenção do Clima da ONU.
Critérios
O estudo fez uma avaliação de quatro possíveis cenários para as próximas quatro décadas, levando em conta o crescimento da população, o consumo de energia per capita e a eficiência da produção e consumo de energia, além de outras variáveis, como o custo-benefício das fontes renováveis. No cenário considerado mais otimista pelo IPCC, 77% de energia seriam provenientes de fontes renováveis, enquanto no pior cenário esse índice ficaria em 15%.
O estudo lembra que, em alguns casos, a geração de energia limpa ainda não é viável economicamente. No entanto, se forem contabilizados os custos monetários dos impactos ambientais, como a emissão de poluentes, cada vez mais tecnologias limpas passarão a ser atrativas também sob o ponto de vista econômico.
Fonte: G1
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